A Fertilização "in vitro" é uma técnica de Reprodução Assistida considerada de alta complexidade pelo fato de que, neste tipo de tratamento, o fenômeno da fertilização e desenvolvimento embrionário inicial ocorre dentro do laboratório, ao contrário do coito programado e da inseminação artificial, em que esses processos ocorrem no ambiente natural, ou seja, nas trompas uterinas. Para que isto seja possível, é necessária uma estrutura laboratorial com diversos equipamentos de precisão (incubadora de CO2, microscópio invertido, lupa, meios de cultivo específicos, câmera de fluxo laminar, refrigerador, centrífuga, placas de cultivo, pipetadores, catéteres para transferência de embriões, agulhas para punção de oócitos, etc.).
As principais indicações da Fertilização "in vitro" são: obstrução bilateral das trompas uterinas, sêmen de relativa má qualidade após processamento seminal, falha nas tentativas de inseminação artificial anteriores, endometriose nos graus moderado ou severo e idade avançada da mulher (acima de 37 anos).
Na Fertilização "in vitro" é realizada uma indução da ovulação diferentemente da Inseminação Artificial, pois aqui o objetivo é a recuperação de um maior número de oócitos, já que eles serão fertilizados em laboratório, com maior probabilidade de formação embrionária e, conseqüentemente, maiores chances de gestação.
A primeira etapa do tratamento consiste na indução medicamentosa da ovulação. Esta fase do tratamento dura em média 8 a12 dias, período em que a paciente fará uso de medicações e serão realizados de 3 a 6 exames ecográficos. Ao ser constatado, através do ultra-som, a resposta e desenvolvimento dos folículos ovarianos, estes são induzidos à maturação final com uma injeção do hormônio HCG. Entre 32 e 36 horas depois, programa-se a aspiração destes folículos para obtenção dos oócitos.
A aspiração folicular é realizada no Centro Obstétrico do Hospital Dona Helena, dia em que a paciente interna em jejum para anestesia geral ou local, conforme avaliação anestésica prévia. Sob controle ecográfico, realiza-se a punção dos folículos ovarianos pela via vaginal, sendo o líquido contendo os oócitos encaminhado ao laboratório para separação e classificação dos mesmos.
Posteriormente os oócitos são colocados em placas com meios de cultivo específicos e levados para dentro da Incubadora de CO2 para posterior inseminação com o sêmen do esposo. Enquanto isso, a paciente é encaminhada para a sala de observação e recuperação anestésica, onde deverá permanecer sob observação por duas horas. No momento da alta hospitalar, a paciente será orientada para início de utilização do hormônio progesterona ou HCG e com isto melhorar as chances de implantação embrionária e diminuir as taxas de aborto espontâneo.
Para que a fecundação ocorra na FIV convencional, é necessária a inseminação de aproximadamente 50 à 100.000 espermatozóides móveis para cada oócito. Quando isto não é possível, as taxas de fertilização e, conseqüentemente, de gestação, diminuem. Dezesseis a 18 horas após a inseminação dos oócitos esses são retirados rapidamente da incubadora de CO2, lavados com outro meio de cultivo especial e levados ao microscópio invertido para confirmar a fertilização através da visualização dos pró-núcleos masculino e feminino.
Nesta fase será estabelecida a taxa de fertilização, que nada mais é do que o número de oócitos recuperados em relação ao número de oócitos fertilizados. No método convencional da " Fertilização in vitro", a taxa de fertilização é em torno de 60-70% dos oócitos maduros. Confirmada a fertilização, esses óvulos fertilizados, também chamados de zigotos, são colocados novamente na incubadora de CO2 onde iniciarão as primeiras divisões embrionárias. Neste momento o casal é informado e programa-se a transferência dos embriões para o útero entre o 2º e o 5º dia após a fertilização.
A transferência embrionária é a etapa final do tratamento da Fertilização in vitro e consiste na colocação dos pré-embriões dentro da cavidade uterina 2 à 5 dias após a aspiração folicular. A quantidade de embriões a serem transferidos dependerá da idade da paciente. De acordo com a Resolução 2121/2015 do Conselho Federal de Medicina, recomenda-se a transferência de, no máximo, 2 pré-embriões em pacientes até 35 anos, 3 pré-embriões entre 36 e 39 anos e até 4 pré-embriões em paceinetes com 40 anos ou mais.
A transferência embrionária é um procedimento similar a um exame ginecológico de rotina, onde será introduzido o espéculo vaginal para identificação do colo uterino com a utilização de um catéter especial e monitorização ecográfica. Logo após, a paciente é colocada em repouso por 15 minutos e liberada para alta hospitalar. A paciente mantém a utilização da progesterona ou HCG até confirmação ou não da gestação que, quando positiva, deverá ser mantida até 14 semanas e, se negativa, será suspensa para início de novo período menstrual.
As taxas de gestação na Fertilização "in vitro" são em torno de 15 à 45% por tentativa, conforme as causas da infertilidade. Todo esse procedimento só será realizado após esclarecimento total do médico ao casal e com o consentimento informado assinado por ambos.
Geralmente é indicada em casos de alteração seminal grave ou azoospermia, pois não há uma quantidade suficiente de espermatozoides viáveis para a fertilização in vitro.
Esta modalidade de Fertilização in vitro está principalmente indicada nos casos onde a mulher não possui mais óvulos em seus ovários ou pacientes com idade avançada.
Quando o casal é submetido à Fertilização in vitro com indução medicamentosa da ovulação, poderá ocorrer e sobra de embriões no laboratório.
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